Sobre a Freguesia
A Freguesia de São Mateus, mais antiga do concelho da Madalena, é uma freguesia de grande riqueza ao nível do artesanato, com as tradicionais rendas outrora elaboradas à luz da vela ou da lamparina de petróleo, da baleação, da cultura, do desporto e da produção agrícola e pescas. Numa freguesia pequena, manter uma diversidade de coletividades e instituições é um sinal de grande vitalidade e de união de várias gerações, que persistiram em lutar por projetos dedicados à cultura popular e ao coletivismo.
A força de vontade do homem do Pico e a labuta ganham expressão na recuperação da paisagem da vinha e na produção vinícola através dos investimentos particulares que tem sido feitos neste âmbito e por inerência, na proliferação do número de alojamentos locais e no aumento do número de camas onde podemos notar uma oferta diversificada em termos de turismo.
Passando ao desporto, enaltecemos o Clube Boavista de São Mateus, que nos últimos anos tem investido nos escalões de formação de futebol e futsal, tendo estado na série Açores, bem como o Clube Naval que se apresenta nas regatas de botes baleeiros, trazendo memórias e reminiscências de tempos passados aos que ficam em cima do porto de São Mateus, a ver as velas serem içadas ao longe, mantendo vivo um património singular no concelho da Madalena, sem esquecer a Corrida de Reis, que completou 30 anos em janeiro de 2020 que levou o nome da freguesia, do concelho e da ilha para a ribalta das provas de atletismo.
Mas a resiliência do povo de São Mateus não fica por aqui. Tem sede na nossa freguesia a banda filarmónica mais jovem de toda a região, que se assume, indiscutivelmente, como uma entidade de referência na nossa freguesia, promovendo e animando as festas profanas, dignificando e acompanhando as manifestações da fé do nosso povo e demais ocasiões solenes, funcionando como um centro de dinamização sociocultural, formando jovens, na sua escola de música. É um orgulho para a nossa freguesia possuir instituições que agrupam cultura, desporto, educação, socialização e sobretudo inclusão e convívio inter-geracional, incutindo nos jovens as competências inerentes ao trabalho de grupo e de cooperação, pois são modelos vivos em que as diferentes partes formam um todo, sem esquecer o cultivo da partilha, da solidariedade e da amizade.
Um outro exemplo de coletivismo e que se tem demarcado pela sua excelência, é o grupo folclórico e etnográfico Ilha Morena, da Casa do Povo de São Mateus, também ele um meio de comunicação com as comunidades portuguesas no estrangeiro e um organismo vivo na preservação da nossa identidade cultural.
Temos também o Agrupamento de Escuteiros 1219, o mais jovem da ilha do Pico, como exemplo da importância de uma coletividade na educação e na formação cívica de jovens e de crianças, com a sua premissa do amor e do respeito pelo próximo e pela natureza.
Ao falar de São Mateus não podemos esquecer o seu vasto património religioso, quer edificado, com inúmeras ermidas e principalmente com o Santuário Diocesano do Bom Jesus Milagroso, um dos cinco da Região Autónoma dos Açores, quer o património religioso imaterial que se reflete na variedade de irmandades e festividades religiosas onde predominam a dádiva e a partilha.
Em suma, São Mateus tem sido um ponto importante na ligação do concelho da Madalena e da ilha do Pico com o exterior, através dos importantes intercâmbios que se tem realizado entre as instituições da freguesia e outras nas restantes ilhas dos Açores, Madeira, Continente e diáspora, nomeadamente Estados Unidos, Canadá e Brasil.